Quando pensamos na evolução da inovação e tecnologia, percebemos que muito se transformou ao longo dos últimos séculos. Com a revolução industrial e o uso do maquinário a vapor, a humanidade deu um salto exponencial para a evolução tecnológica como conhecemos hoje. Uma tecnologia de armazenamento como o disquete, por exemplo, evoluiu para um pendrive e, nos dias atuais, para um sistema não físico, como o armazenamento em nuvem.
A educação, porém, parece não ter evoluído em grande escala. Em sua maioria, as lousas continuam sendo de giz, o celular ainda é visto como inimigo do aprendizado e pouca informação circula acerca das tecnologias disponíveis. Mas parece que o ano de 2020 – aquele que imaginávamos ser o ano dos carros voadores – trouxe um desafio para a educação e colocou em prova o avanço do sistema educacional.
Você já pensou que, pela primeira vez na história da humanidade, em pouco tempo o processo educacional passou a ser online em quase todo o mundo? Aulas, dinâmicas grupais, trocas de conhecimento e as demais atividades de educação foram submetidas a telas de celulares e computadores em decorrência do Sars-CoV-2, o novo coronavírus.
A necessidade de adaptar o ensino presencial em modalidade a distância provocou uma série de reflexões acerca do preparo físico, pedagógico e emocional para lidar com o uso da tecnologia em meio a educação. Tanto para o ensino básico quanto para o superior e técnico, o desafio foi e ainda está sendo adaptar o que entendemos como ambiente de aprendizagem.
Agora, como estaria sendo esse momento histórico se há tempos tivéssemos promovido uma disrupção inovadora na estrutura educacional? Esse texto é um convite para refletir sobre as possibilidades de inovar na educação.
Aceita o desafio?
Os indicadores de educação no Brasil
Em 2019, o Brasil passou para a 84ª posição no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH. Um dos motivos que levou o país a atingir o pior patamar desde 2011 foi a falta de avanço na educação. No mesmo ano, pesquisas realizadas pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que cerca de 70 milhões de adultos acima de 25 anos não haviam completado o ensino médio. Isso representa mais da metade da população brasileira desta faixa etária.
Se pesquisarmos mais profundamente sobre os índices de educação do Brasil, veremos ainda que o número de analfabetos absolutos e analfabetos funcionais permanecem altos. Ainda de acordo com o IBGE, 11 milhões de brasileiros fazem parte do primeiro grupo, enquanto ao segundo um total de 38 milhões.Por mais negativos que sejam os dados, é importante considerar a realidade brasileira para entender quais estratégias traçar quando pensamos em inovação e tecnologia no meio educacional. Quais são os motivos que levam as pessoas a abandonarem a escola, como funciona o modelo de educação do país, quais os recursos disponíveis nas escolas e quem possui acesso à tecnologia no Brasil são alguns dos questionamentos necessários para começar a pensar sobre como inovar.
O uso da tecnologia nas redes de ensino
Pensando na educação básica, o Brasil possui um exemplo concreto de transformação educacional com o uso da tecnologia. Em 2020, o Programa Letrus foi a primeira iniciativa brasileira a ganhar o prêmio da Unesco Rei Hamad Bin Isa-Al Khalifa, que reconhece tecnologias educacionais transformadoras ao redor do mundo.
Desenvolvido pela startup Letrus, o programa utiliza Inteligência Artificial para o apoio no letramento de estudantes. O software trabalha com identificação em tempo real de desvios ortográficos e gramaticais, e reescrita orientada por inteligência linguística. Com esse processo, o tempo de espera dos alunos para receber a correção e a sobrecarga dos professores é reduzido. A startup constatou um aumento de 90% nas notas de redação dos estudantes que usaram o software.¹
Mesmo pequenos projetos desenvolvidos internamente pelas escolas podem auxiliar positivamente no desempenho dos estudantes. Métodos como podcasts, utilização dos celulares de forma construtiva, produções de e-books e outras tantas possibilidades incentivam o desenvolvimento escolar.
Quando se trata de tecnologia, um dos maiores desafios no sistema educacional brasileiro é a distribuição de recursos materiais e financeiros nas redes de ensino público. Neste sentido, startups e iniciativas inovadoras são parcerias fundamentais para o governo e sociedade civil conseguirem avançar na educação.
Pensando na relação entre professores e estudantes, o Programa Centelha preparou um E-book com dicas inovadoras para formar alunos empreendedores. O material possui sugestões de planos de aula que ensinam estudantes sobre geração de ideias, projetos e projetos inovadores para o Centelha.
Observar o hoje para projetar o amanhã
Com a pandemia, os obstáculos e possibilidades de melhorias vieram à tona. É fato que este momento trouxe diversas reflexões acerca de como lidamos com a nossa educação. Será que estamos mesmo preparados para o ensino online? Quantos ficaram de fora desta modalidade educacional? Ainda faz sentido colocar 30 alunos sentados em frente a uma lousa de giz? São muitas questões das quais precisaremos de tempo, estudo e esforço coletivo para pensar nas respostas e soluções.
Para finalizar, não podemos deixar de repetir a pergunta: como estaria sendo esse momento histórico se há tempos tivéssemos promovido uma disrupção inovadora na estrutura educacional? Se você faz parte ou deseja desenvolver um empreendimento inovador na educação ou demais áreas, não deixe de conhecer o Programa Centelha para ter a oportunidade de receber suporte financeiro e transformar o mundo.
¹ Dado retirado da plataforma Porvir em entrevista com a Letrus.
Fonte: https://programacentelha.com.br/2021/01/28/a-importancia-de-se-inovar-na-educacao/